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Câmara aprova proposta que proĂ­be escolas de recusar matrĂ­culas

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta terça-feira (11), o Projeto de Lei 9133/2017, que estabelece sanções para escolas que recusarem a matrícula de alunos em todos os níveis e modalidades de ensino, sem que haja justificativa formal.

Por Antonio Neres em 11/02/2025 às 19:35:38

O plenĂĄrio da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta terça-feira (11), o Projeto de Lei 9133/2017, que estabelece sanções para escolas que recusarem a matrĂ­cula de alunos em todos os nĂ­veis e modalidades de ensino, sem que haja justificativa formal. O foco da medida é impedir a recusa reiterada de escolas particulares em acolher matrĂ­culas de crianças e jovens, especialmente de pessoas com deficiĂȘncia.

As penalidades previstas incluem desde advertĂȘncia até a suspensão do credenciamento das escolas privadas junto ao Poder PĂșblico, o que pode impedir o seu funcionamento regular.

"As denĂșncias que chegam é que estabelecimentos de ensino, alguns, não são todos, negam a matrĂ­cula pelo fato da criança ser criança com deficiĂȘncia. Negam a matrĂ­cula porque a criança pertence a um grupo cultural, e a escola exclui. Crianças com autismo estão sendo discriminadas na escola. O projeto é óbvio. Se a escola justifica porque nega a matrĂ­cula, estĂĄ resolvido o problema, não tem penalidade", explicou o deputado federal Helder Salomão (PT-MG), autor da proposta.

Na votação, o projeto recebeu o apoio de 297 parlamentares, contra 107 contrĂĄrios, e seguirĂĄ agora para o Senado, que também precisa aprovĂĄ-lo para que se torne uma lei federal.

Durante o debate em plenĂĄrio, deputados de oposição se manifestaram contra a iniciativa, alegando que ela era muito abrangente e poderia impedir que a escola recusasse matrĂ­cula de alunos de pais inadimplentes com as mensalidades, por exemplo.

"O projeto deveria restringir-se somente a crianças com deficiĂȘncia. O projeto atual fala simplesmente sobre a negação de matrĂ­cula e fazendo com que haja uma punição. Isso vai impactar as escolas privadas, chama-se interferĂȘncia na livre iniciativa. É direito da escola, desse proprietĂĄrio, não querer essa matrĂ­cula para um pai que tem o costume de ser inadimplente", argumentou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ).

Para a maioria dos deputados, no entanto, o projeto de lei garante um direito fundamental de acesso à educação, independente da instituição de ensino ser pĂșblica ou privada.

"Em uma escola pĂșblica, nem se discute, negar uma matrĂ­cula é algo inaceitĂĄvel, não podemos admitir em hipótese alguma. Mas, e na escola privada, podemos aceitar? Não. Por quĂȘ? A escola privada nada mais é do que uma concessão pĂșblica, com regras claras", observou o deputado Domingos SĂĄvio (PL-MG).

"Estamos protegendo exatamente as pessoas com deficiĂȘncia, com autismo, que são vĂ­timas hoje da matrĂ­cula escolar. Estamos dando a opção da recusa justificada", ponderou a deputada federal Gisela Simona (União-MT).

Fonte: AgĂȘncia Brasil/ redação MS Web RĂĄdio e Midia Digital

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