As penalidades previstas incluem desde advertĂȘncia até a suspensão do credenciamento das escolas privadas junto ao Poder PĂșblico, o que pode impedir o seu funcionamento regular.
"As denĂșncias que chegam é que estabelecimentos de ensino, alguns, não são todos, negam a matrĂcula pelo fato da criança ser criança com deficiĂȘncia. Negam a matrĂcula porque a criança pertence a um grupo cultural, e a escola exclui. Crianças com autismo estão sendo discriminadas na escola. O projeto é óbvio. Se a escola justifica porque nega a matrĂcula, estĂĄ resolvido o problema, não tem penalidade", explicou o deputado federal Helder Salomão (PT-MG), autor da proposta.Na votação, o projeto recebeu o apoio de 297 parlamentares, contra 107 contrĂĄrios, e seguirĂĄ agora para o Senado, que também precisa aprovĂĄ-lo para que se torne uma lei federal.
Durante o debate em plenĂĄrio, deputados de oposição se manifestaram contra a iniciativa, alegando que ela era muito abrangente e poderia impedir que a escola recusasse matrĂcula de alunos de pais inadimplentes com as mensalidades, por exemplo.
"O projeto deveria restringir-se somente a crianças com deficiĂȘncia. O projeto atual fala simplesmente sobre a negação de matrĂcula e fazendo com que haja uma punição. Isso vai impactar as escolas privadas, chama-se interferĂȘncia na livre iniciativa. É direito da escola, desse proprietĂĄrio, não querer essa matrĂcula para um pai que tem o costume de ser inadimplente", argumentou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ).
Para a maioria dos deputados, no entanto, o projeto de lei garante um direito fundamental de acesso à educação, independente da instituição de ensino ser pĂșblica ou privada.
"Em uma escola pĂșblica, nem se discute, negar uma matrĂcula é algo inaceitĂĄvel, não podemos admitir em hipótese alguma. Mas, e na escola privada, podemos aceitar? Não. Por quĂȘ? A escola privada nada mais é do que uma concessão pĂșblica, com regras claras", observou o deputado Domingos SĂĄvio (PL-MG).
"Estamos protegendo exatamente as pessoas com deficiĂȘncia, com autismo, que são vĂtimas hoje da matrĂcula escolar. Estamos dando a opção da recusa justificada", ponderou a deputada federal Gisela Simona (União-MT).
Fonte: AgĂȘncia Brasil/ redação MS Web RĂĄdio e Midia Digital