O trabalho e a paixão por nossa terra movem os douradenses a trabalhar por seus negócios, famílias, bairros, pela cidade e pelo Mato Grosso do Sul. Nossa terra feita pelo braço do agricultor, do industrial e do comerciante prosperou e é referência. A pujança da nossa cidade como centro regional e a importância dos nossos setores precisa ser brindada com infraestrutura adequada com fins de preencher lacunas e defasagens que hoje impactam nossa cadeia produtiva, emperrando novos negócios e a maximização dos lucros, rendas e empregos.
Dourados precisa contar com os investimentos públicos não só da Prefeitura Municipal de Dourados, mas, da necessária sinergia com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e do próprio Governo Federal. São esses investimentos públicos orientados ora para a infraestrutura social – em projetos habitacionais, em saúde ou educação – ora para a infraestrutura tradicional (rodovias, iluminação pública, aeroportos, ferrovias e portos secos), tornam-se fundamentais não só para estruturar o desenvolvimento econômico e melhorar as vidas dos nossos cidadãos, mas, para gerar confiança na iniciativa privada e também aumentar seus investimentos em nossa região.
Para além das disputas políticas, o debate de hoje mais urgente impõe-se em construir essas facetas dialógicas com a finalidade de inserir Dourados nos programas federais e estaduais de obras e investimentos públicos, pensando também em uma agenda positiva de parcerias público-privadas, planejamento orçamentário e de políticas públicas que possam materializar mais desenvolvimento. A discussão estratégica desses papéis e suas configurações encontra-se no DNA da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED), que congrega empresários douradenses comprometidos com o associativismo, o desenvolvimento local e a integração estratégica da nossa cidade na esfera nacional e internacional. Desde 1945, a ACED trabalha em prol da cidadania de Dourados, defendendo os interesses da nossa cidade em questões de políticas públicas, dos investimentos em nosso município e também da infraestrutura regional.
Ao pensarmos especificamente na infraestrutura tradicional nossa cidade precisa pensar em sua inserção no escopo de um projeto relevante de infraestrutura transnacional, a Rota Bioceânica. A Rota Bioceânica pretende-se figurar como um corredor rodoviário de quase 2.400 quilômetros que quer conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, também conectando as regiões paraguaias Alto Paraguai e Boquerón, as províncias argentinas de Salta, Formosa, Chaco e Jujuy, as regiões chilenas Antofagasta e Tarapacá, além dos nossos estados de São ARR 2 Paulo e Mato Grosso do Sul. As vantagens para o nosso estado são econômicas, logísticas e geopolíticas, uma vez que nosso estado seria um centro natural para distribuição de mercadorias, commodities e outros bens entre os portos chilenos de Iquique e Antofagasta e o porto brasileiro de Santos.
A Rota pode ser também um elemento potencializador dos fluxos comerciais de bens e produtos, aumentando a circulação de pessoas e serviços entre esses territórios. Além da integração física sul-americana aludida entre Argentina, Brasil, Chile e Paraguai, o projeto da Bioceânica promove uma redução do tempo logístico e dos custos dos produtores, firmas e industriais em relações comerciais com nossos parceiros comerciais na Ásia, na Oceania e na costa oeste dos Estados Unidos. Os estudos de especialistas são otimistas a preferem uma redução de cerca de 17 dias para o transporte de cargas e bens para a China1 , demais países asiáticos e para a Oceania. Essa perspectiva é relevante para nosso estado, afinal cerca de 42,81% da produção do Mato Grosso do Sul2 sustenta como destino final a China. Essa integração logística também permitirá melhorar os fluxos comerciais com a Índia, o sudeste asiático, o Japão e a Austrália.
O potencial deste Projeto para gerar externalidades positivas para os municípios do Mato Grosso do Sul é enorme, sobretudo, se estiver conectado com um espírito de maximizar os investimentos (públicos e privados) em infraestrutura física no estado e principalmente no território douradense: as modernizações das nossas rodovias, a reforma efetiva do Aeroporto Francisco de Matos Pereira e interlocução de trecho ferroviário de mais de 70 quilômetros conectando nossa Dourados com Maracaju (Nova Ferroeste cujo traçado segue até o Porto de Paranaguá) e também com a Malha-Oeste Rumo (conectora da boliviana Santa Cruz de La Sierra e do Porto de Santos). A diversificação econômica, a integração nacional e as oportunidades para o nosso município também podem ser maximizadas com aportes realizados para incluir um Porto Seco para nossa Dourados. À luz do exposto, defendemos o impacto deste Porto em nossos setores econômicos que seria enorme, com impactos nas exportações, dos incentivos para o beneficiamento industrial, nos fluxos comerciais internacionais e na atratividade econômica da nossa cidade.
Tal perspectiva desenha-se para consolidar nossa vocação como centro regional da indústria, do 1 Rota Bioceânica. Vantagens. Rota Bioceânica - Mato Grosso do Sul, Campo Grande/MS, 2023. Disponível em:
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