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Vila Olímpica Indígena

Sem administração, Vila Olímpica indígena vira "terra de ninguém"

Estrutura de 29 mil m² na aldeia Jaguapirú, em Dourados, está em ruínas por falta de manutenção


Por ROZEMBERGUE MARQUES*

Do alto, um dos maiores complexos esportivos do Estado, com quadra poliesportiva coberta, campo de futebol, pista de atletismo, quadra de vôlei de areia, parque infantil, vestiários, banheiros adaptados e prédio para administração, resultante de R$ 1,4 milhão oriundos do Ministério dos Esportes. Mas no chão a realidade é outra.

Inaugurada com pompa em maio de 2011, em Dourados, a primeira Vila Olímpica Indígena do país é retrato do descaso. Abandonada na Aldeia Jaguapirú, o complexo de 29 mil metros quadrados está depredado e só é utilizado quando escolas promovem, no máximo, duas atividades ao ano. Jogadores de futebol amador utilizam a quadra e o campo de vez em quando. Projetos de recreação e esportivo, conforme previsto, chegou a ser desenvolvido por quase um ano e depois nunca mais.


O que seria um espaço de esporte, cultura e lazer e opção para a redução dos índices de violência na reserva, em razão do consumo de álcool e de drogas hoje está tomado pelo mato e todo depredado. As portas foram arrebentadas, torneiras furtadas e no interior a cena é de um ambiente que não vê limpeza há muito tempo. Todos os vidros de janelas foram quebrados, as paredes sujas e há roupas abandonadas no local. Um dos prédios administrativos também está detonado, assim como o parquinho infantil.

Em Dourados se concentra o maior contingente populacional indígena do país por município. São aproximadamente 17 mil indígenas das etnias Guarani Kaiowa, Guarani Nhadeva e Terena. Mato Grosso do Sul abriga a segunda maior população indígena do Brasil, com 68.963 indivíduos. Assim como em outras questões, a gestão da Vila Olímpica esbarra no conflito de competência. No entanto a administração do local é de responsabilidade da prefeitura, conforme acordado na administração do então prefeito Laerte Tetila.


Nesse lavar de mão todo esse contingente de pessoas vê aos poucos que a pompa da inauguração foi apenas uma circunstância. A continuar como está, em poucos anos o espaço deve não resistir à ação do tempo e dos vândalos e soçobrar. A reportagem tentou, sem sucesso, obter uma posição da Funai e da Prefeitura sobre a gestão da Vila Olímpica. Havia a expectativa de que a Funai pudesse intermediar junto ao Governo Federal uma parceria junto a Prefeitura para a promoção de projetos. 12 anos se passaram desde a inauguração e até agora nada foi feito.


*JORNALISTA E VIOLEIRO

Redação MS WEB RADIO e Mídia MS Digital/ Jornalista Rozembergue Marques

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