Durante uma homenagem a Silvio Santos no SBT, que morreu neste sábado (17) aos 93 anos, Celso Portiolli fez um desabafo ao vivo, esclarecendo que não se vê como o substituto do icônico apresentador. Portiolli afirmou que nunca desejou assumir o posto de Silvio Santos e que o próprio dono da emissora desejava que seu legado fosse continuado por alguém da família, como Patricia Abravanel. O tema veio à tona após um comentário de Ronnie Von durante uma participação por vídeo, em que o cantor da Jovem Guarda mencionou que Silvio Santos seria “absolutamente inimitável”, embora Silvio tivesse sugerido Portiolli como sucessor. “Não há substituto para Silvio”, declarou Von.
Em resposta, o apresentador do “Domingo Legal” explicou que essa ideia surgiu nos anos 1990, quando Silvio disse que Portiolli “tinha tudo para substituí-lo”. Mas Celso destacou que o dono do SBT nunca afirmou que isso aconteceria. Portiolli enfatizou que não se considera um substituto, pois essa responsabilidade seria muito grande. Segundo ele, Patricia Abravanel está cumprindo esse papel e honrando o legado do pai, como era a vontade de Silvio. “Ele queria que alguém da família continuasse o trabalho dele, e eu sou apenas um dos colaboradores que ajudam a manter a qualidade da TV que ele criou.” Atualmente, Celso Portiolli apresenta o programa “Domingo Legal” no SBT, com sete horas de transmissão ao vivo todos os domingos, um tempo maior do que o das filhas de Silvio Santos somadas no mesmo dia.
“Isso não foi culpa minha. Quando comecei, ele, Silvio Santos, quis me dar uma força. Um produto dele, lançando, quis dar uma força. A revista ‘Veja’ pediu uma frase para ele, que respondeu o seguinte: 'O Celso Portiolli tem tudo para me substituir'. Ele não disse 'vai', disse 'tem tudo'. Era uma maneira de ele validar o produto dele: 'É muito bom, tem qualidades, também!'. Só que aquilo virou uma loucura na minha vida, que acabou me moldando. Eu tive que sumir da mídia no começo da minha carreira, dispensei assessora de imprensa, não queria dar entrevista para ninguém. Porque tudo que eu falava era 'o sucessor do Silvio Santos'. Ele tinha um pouquinho mais de idade do que eu tenho hoje, estava no auge. Como você fala de sucessão de uma pessoa que está no auge, trabalhando com toda vontade do mundo. Aquilo passou a me incomodar, e possivelmente incomodar a ele também.
O que eu fiz? Sumi. Simplesmente desapareci. Nunca divulguei audiência de programa de televisão. Nunca comemorei, falei nada, simplesmente desapareci para que parassem de falar isso. Porque, em primeiro lugar, eu sei me colocar no meu lugar. Eu sei o tamanho do talento do Silvio Santos, o tamanho da história dele, seria muita petulância minha dizer: 'Eu tenho condições de substituir o Silvio Santos'. Jamais! Eu sempre deixei claro: sou um soldado, estou no pelotão de lutas do Silvio Santos. É para brigar, vamos brigar. Vou estar sempre ao lado dele, lutando para fazer um bom programa de televisão, usando tudo aquilo que ele me ensinou e aprendi com ele. Agora, substituição… Isso jamais passou pela minha cabeça. Porque é um peso muito grande, que a Patricia Abravanel está segurando e honrando o legado de seu pai.
A Patricia vem bombando na audiência, crescendo a cada domingo, e sempre mando recados à Patricia. O último foi sobre isso: te assisti. Você está crescendo como animadora, mais solta, a cada programa. Ela está honrando o legado do pai dela. Essa era a vontade dele: ter uma pessoa da família para fazer o que ele fazia e ter alguns bons colaboradores ao lado da Patricia para que, juntos, possamos fazer um bom trabalho e ter uma grande audiência na televisão que ele criou. E eu sou esse cara. Lógico, que termos outras pessoas ao lado para colaborar e honrar o legado dele”
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Felipe Cerqueira
Fonte: Jovem Pan