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Pesquisa usa IA para tirar dĂșvidas sobre dermatite atópica

Um grupo de 11 professores ligados à International Society of Atopic Dermatitis (Isas), que conta com a participação de três médicas brasileiras, elaborou estudo baseado em inteligência artificial (IA) para abastecer o aplicativo ChatGPT com perguntas e respostas científicas sobre dermatite atópica, voltadas para a parte social.

Por Antonio Neres em 30/06/2024 às 19:22:41

Um grupo de 11 professores ligados à International Society of Atopic Dermatitis (Isas), que conta com a participação de trĂȘs médicas brasileiras, elaborou estudo baseado em inteligĂȘncia artificial (IA) para abastecer o aplicativo ChatGPT com perguntas e respostas cientĂ­ficas sobre dermatite atópica, voltadas para a parte social.

"Esses professores são também pesquisadores de dermatite atópica no mundo", disse nesta quinta-feira (27) à AgĂȘncia Brasil a dermatologista Ana Mósca, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologista do Rio de Janeiro (SBDRJ) que participa do grupo.

Cada integrante do grupo elaborou dez perguntas e respostas para consultas de pacientes sobre a doença. O resultado do trabalho, iniciado no ano passado, foi publicado em inglĂȘs no Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology. "Isso foi um mérito para nós do grupo como professores e pesquisadores."

O conteĂșdo do trabalho estĂĄ à disposição de todos e não somente da comunidade médica e cientĂ­fica. As informações permitem à população em geral saber como se portar em situações relacionadas à doença.

"No Google, geralmente, o paciente não encontra acolhimento. JĂĄ no Chat GPT, fizemos perguntas muito variadas como, por exemplo, aquelas ligadas a banhos de ervas e chĂĄs". Quem buscar informações via inteligĂȘncia artificial vai encontrar respostas produzidas por especialistas de todo o mundo, disse a dermatologista.

África

O trabalho jĂĄ foi publicado em inglĂȘs. Agora, o grupo de pesquisadores estĂĄ fazendo versões para outros idiomas, incluindo portuguĂȘs, japonĂȘs, russo, espanhol, francĂȘs. O grupo internacional desenvolve vĂĄrias ações sociais para ajudar pacientes carentes.

Agora, a meta é trabalhar os africanos sem assistĂȘncia social, ajudando médicos a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ana Mósca trabalha no Hospital Municipal Jesus, no Rio de Janeiro, onde desenvolve ações sociais com os pacientes portadores da doença.

As outras duas pesquisadoras do Brasil são Valéria Aoki e Raquel Leão Olfali, ambas do Hospital das ClĂ­nicas da Universidade de São Paulo (USP).

Patologia difĂ­cil

Ana considera a dermatite atópica uma patologia difĂ­cil. Segundo explicou, os quadros moderados graves de dermatite atópica são dramĂĄticos, o que leva muitos pacientes a ter pensamentos de suicĂ­dio.

"Imagina um paciente com a pele toda comprometida, que se coça demais, que não dorme à noite, que perde um terço do seu dia no ano em casa porque não consegue ir para a escola ou o trabalho. Do ponto de vista social, eles tĂȘm problemas sérios. É uma doença estigmatizante." Atualmente, existem medicamentos especĂ­ficos para a doença. Mas são muito caros e de difĂ­cil acesso para pacientes carentes.

Dermatite atópica

Trata-se de uma doença inflamatória que é desencadeada por vĂĄrios fatores ambientais e alérgicos que se manifesta com vĂĄrias lesões de pele. A principal é o eczema, acompanhado de coceira, ou prurido. Normalmente, esse eczema é acompanhado de lesões secundĂĄrias.

"É um eczema agressivo e a coceira é marcante." A escala de gravidade da dermatite atópica vai de leve a grave, passando por moderada. "De moderada a grave são os casos dramĂĄticos, de difĂ­ceis controle, diagnóstico e tratamento. Não é qualquer pessoa que consegue tratar um paciente com dermatite atópica moderada a grave", afirma a médica.

Ana informou que, em relação ao serviço de saĂșde pĂșblica, medicamentos especĂ­ficos para esses pacientes são de difĂ­cil acesso e tĂȘm alto custo. "E a gente tem muita dificuldade junto aos protocolos clĂ­nicos de diretrizes de tratamento para que os pacientes comuns tenham acesso a esses medicamentos. Às vezes, consegue-se via planos de saĂșde. O custo é elevado porque são pacientes, muitas das vezes, que permanecem internados durante grande parte do ano, não só devido às lesões, mas também por infecções bacterianas graves." A coceira é intratĂĄvel.

A dermatite atópica não é contagiosa. "Entretanto, se houver infecção bacteriana pode contaminar outras pessoas pelo contato com a pele."

O diagnóstico precoce consegue diminuir a gravidade da evolução do quadro. Quando não se trata logo, a doença vai progredindo e ficando incontrolĂĄvel, tornando-se quase um problema de saĂșde pĂșblica e tem que usar medicamento especial.

O Chat GPT surge para informar de forma cientĂ­fica e correta dĂșvidas de pacientes com dermatite atópica.

Consulta pĂșblica

A partir desta sexta-feira (28), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de SaĂșde (Conitec) abre consulta pĂșblica para incorporação de novos medicamentos de alto custo para tratamento da dermatite atópica para facilitar a vida dos pacientes. A consulta estarĂĄ aberta à participação popular até o dia 17 de julho próximo.

Fonte: AgĂȘncia Brasil/ Redação MĂ­dia MS Digital

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