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SOS Rio Grande do Sul: enchentes afetam saĂșde mental de moradores da capital gaĂșcha

A população de Porto Alegre com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil sofre mais com ansiedade, depressão e síndrome de burnout do que as pessoas com renda familiar maior que R$ 10 mil, após as chuvas e inundações que atingiram a capital gaúcha a partir do final de abril.

Por Antonio Neres em 12/06/2024 às 19:06:34

A população de Porto Alegre com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil sofre mais com ansiedade, depressão e sĂ­ndrome de burnout do que as pessoas com renda familiar maior que R$ 10 mil, após as chuvas e inundações que atingiram a capital gaĂșcha a partir do final de abril.

As consequĂȘncias das enchentes na saĂșde mental dos porto-alegrenses estão sendo investigadas por psiquiatras do Hospital de ClĂ­nicas da cidade, vinculado à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com apoio da Rede Nacional de SaĂșde Mental (Renasam).

Os resultados preliminares do levantamento, iniciado em meados de maio, mostram que a ansiedade aflige a 100% das pessoas com renda familiar abaixo de R$ 1,5 mil e a 86,7 de quem tem renda familiar acima dos R$ 10 mil. A depressão atinge a 71% das pessoas do estrato com menor renda e a metade (35,9%) daqueles com maior renda.

A sĂ­ndrome de burnout, distĂșrbio emocional com sintomas de estresse, exaustão extrema e esgotamento fĂ­sico, afeta mais a quem tem renda familiar mais baixa (69%) do que a quem tem renda mais alta (47%).

Os dados foram obtidos por meio de questionĂĄrio online autopreenchido por pessoas contactadas pela Renasam, por meio do WhatsApp, ou por pessoas que acessaram o QR code fixado em locais pĂșblicos, como o Hospital de ClĂ­nicas e abrigos. A intenção dos pesquisadores é fazer o levantamento durante um ano, inclusive com acompanhamento periódico da saĂșde mental de alguns atingidos pela calamidade.

A expectativa dos organizadores é ter informações para cuidar da saĂșde mental da população impactada e fornecer subsĂ­dios para a polĂ­tica de saĂșde pĂșblica, informou à AgĂȘncia Brasil a psiquiatra Simone Hauck, coordenadora do estudo.

Segundo ela, "o stress pós-traumĂĄtico crônico torna-se mais difĂ­cil de tratar com o passar do tempo", por isso os organizadores começaram a divulgar os primeiros resultados para que mais pessoas tomem conhecimento da pesquisa e preencham o questionĂĄrio.

O levantamento foi autorizado pelos comitĂȘs de ética cientĂ­fica do Hospital de ClĂ­nicas de Porto Alegre e da prefeitura do municĂ­pio. O trabalho estĂĄ sendo feita gratuitamente por médicos e pesquisadores.

Fonte: AgĂȘncia Brasil/ redação MS Web RĂĄdio e Midia Digital

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