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Tribunal de Contas da União aponta perdas de R$ 1,2 bilhão com vacinas vencidas

O Brasil desperdiçou mais de 28 milhões de doses de vacinas que perderam a validade, resultando em um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.

Por Antonio Neres e Clezer Gomes em 20/10/2023 às 09:29:50

O Brasil desperdiçou mais de 28 milhões de doses de vacinas que perderam a validade, resultando em um prejuĂ­zo de R$ 1,2 bilhão. Os dados são de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), aprovado nesta quarta-feira (18).

Nas secretarias municipais de SaĂșde, foi constatado um total de 23.668.186 doses vencidas, com prejuĂ­zo de R$ 1,1 bilhão. Nas secretarias estaduais, foram 2.296.096 doses e perdas de R$ 59,2 milhões. JĂĄ no almoxarifado do Ministério da SaĂșde, em Guarulhos (SP), constavam, 2.215.000 doses vencidas, correspondendo a perdas financeiras de R$ 55,6 milhões.

Segundo o relatório, as causas para as perdas não foram efetiva e individualmente identificadas pelo Ministério da SaĂșde, que as atribui apenas ao não atingimento da meta vacinal. "A unidade técnica, por outro lado, acertadamente a meu ver, ponderou que devem ser decorrentes de mĂșltiplas causas, a exemplo de falta ou atraso de registro de vacinação, não utilização do quantitativo de doses indicadas no frasco (perda de validade das vacinas por positivação de temperatura e/ou perdas decorrentes de manuseio), inconsistĂȘncia de registro de vacinação, rejeição de uso pela população de certo tipo de vacina", diz o relator, ministro Vital do RĂȘgo.

Os ministros decidiram, por unanimidade, determinar ao Ministério da SaĂșde que apresente em 15 dias planilhas de imunizantes atualizadas, referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024, com dados de vacinas contra a covid-19, distribuĂ­das ou a distribuir aos estados, aos municĂ­pios e ao Distrito Federal. A pasta também deve apresentar em 30 dias um plano de ação, identificando as medidas a serem adotadas, para o monitoramento do processo de distribuição, vacinação e registro de vacinas contra a covid-19.

O Ministério da SaĂșde ainda não se manifestou sobre a decisão do TCU.

Maiores perdas

De acordo com o relatório, nas secretarias municipais de SaĂșde, as maiores perdas concentraram-se nos estados de Minas Gerais (407 municĂ­pios, 4.062.119 doses), da Bahia (203 municĂ­pios, 3.462.098 doses), do Maranhão (127 municĂ­pios, 2.797.767 doses), do CearĂĄ (117 municĂ­pios, 2.698.631 doses) e do Rio Grande do Sul (206 municĂ­pios, 2.520.079 doses). Quase 80% das perdas nos municĂ­pios foram de imunizantes da Comirnaty/Pfizer (10.734.987 doses, 45,3% das perdas, R$ 644.850.669,09) e da AstraZeneca/Fiocruz (8.072.921 doses, 34,10% das perdas e R$ 202.872.504,73). Os quase 20% restantes são da CoronaVac/Butantan (4.535.255 doses, 19,2% da ocorrĂȘncia e R$ 255.198.798,85) e da Jansen (325.035 doses, 1,4% da ocorrĂȘncia e R$ 15.965.719,20)

Das vacinas vencidas nas secretarias estaduais, 78,6% deste quantitativo ocorreu no ParanĂĄ, seguido de São Paulo (13%) e do Rio de Janeiro (5,4%). A vacina da AstraZeneca/Fiocruz foi o imunizante que mais teve perda por expiração de validade nas secretarias estaduais de SaĂșde (2.248.865 doses, correspondendo a 97,95% da ocorrĂȘncia e R$ 56,5 milhões).

Fonte: AgĂȘncia Brasil/ Redação da MS WEB RADIO

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