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Documento falso

Falsidade ideológica: homem vai em cana no MS por usar documento de escoteiro desaparecido por 38 anos

Após ser indiciado em MS, homem que usava identidade de escoteiro desaparecido há décadas reabre investigação em São Paulo. Buscas pelo corpo são reiniciadas


Menino desapareceu em 1985 quando era escoteiro - Crédito: Arquivo/Reprodução

A atuação de um perito papiloscopista foi essencial para que a Polícia Civil de MS indiciasse uma pessoa por falsidade ideológica, em Selvíria, região leste do Estado. Marco Aurélio Sinon estava usando o nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, um menino escoteiro desaparecido há 38 anos em São Paulo, cujo caso nunca foi esclarecido.

Após o caso, as buscas pelo corpo foram reiniciadas no estado vizinho.

Na época, o menino era escoteiro e seu desaparecimento mobilizou São Paulo e o caso teve repercussão nacional. Ele tinha 15 anos, em 1985, e desapareceu no Pico dos Marins, no município Piquete (SP).

Depois da notícia da fraude na divisa de MS, a polícia paulista reabriu o caso para ver se consegue desvendar o mistério. Foi divulgada nesta segunda-feira (18), inclusive, que as buscas pelo escoteiro foram retomadas, após 38 anos. A motivo seria que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco pode estar enterrado no Pico dos Marins. As buscas devem durar cinco dias.

O caso

O homem preso em Mato Grosso do Sul compareceu na delegacia em Selvíria, no dia 23 de agosto, para fazer o documento de identidade com o perito papiloscopista. Ele se identificou com o nome da criança desaparecida, inclusive apresentou uma certidão de nascimento original no nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, expedida pelo cartório de Santa Fé do Sul (SP), e foi verificada autenticidade pelo selo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No dia, o atendimento foi feito normal com foto do rapaz e coleta de impressões digitais.

Na quarta-feira passada (13/9), o indivíduo ligou na delegacia para saber se o RG havia ficado pronto, mas a perícia papiloscópica já estava em ação. O perito encaminhou o caso para o Núcleo de Pesquisa e Comparação (VQA), que constatou que a pessoa já tinha um RG registrado em MS com outro nome.

O perito então buscou pelo nome que consta na certidão de nascimento e constatou que era de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, uma criança desaparecida em 1985, cujo caso ficou famoso nacionalmente. No dia 18 de setembro, o homem foi até a delegacia de Selvíria buscar o documento e após ser confrontado, confessou que estava mentindo e alegou que o motivo de ter solicitado a RG se passando por Marco Aurélio era que não queria usar mais o nome do seu genitor.

Ele foi interrogado e indiciado por falsidade ideológica, podendo sua pena chegar a 5 anos de prisão.

A presidente do Sindicato dos Peritos Papiloscopistas de MS (Sinpap/MS), Danielle Bueno, citou esta ação da categoria como mais um exemplo de sua importância para a sociedade. "Realizamos um trabalho essencial para ajudar a garantir a segurança e a legalidade das pessoas", enfatiza a presidente.

Agência Brasil/ redação MS Web Rádio e Midia Digital

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