O HPV é a infecção sexualmente transmissĂvel mais comum no mundo e estĂĄ associado a 80% dos casos de câncer do colo do Ăștero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pĂȘnis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo Sistema Ănico de SaĂșde (SUS), previne contra as principais complicações.
Antes, a vacina era aplicada apenas em crianças e adolescentes, entre 9 e 14 anos, e em pessoas de nove a 45 anos em condições clĂnicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças ou em tratamento com drogas imunossupressoras. A decisão de ampliar o pĂșblico-alvo é uma recomendação da Organização Mundial da SaĂșde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API). A baixa cobertura vacinal, mesmo no pĂșblico-alvo prioritĂĄrio, que é de crianças e adolescentes, vem declinando no paĂs.Segundo dados divulgados pelo Ministério da SaĂșde em fevereiro, 87,08% das meninas entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina em 2019, e em 2022, a cobertura caiu para 75,81% . Entre os meninos, a cobertura vacinal caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022.
JĂĄ em relação à violĂȘncia sexual, boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da SaĂșde, em maio deste ano, mostrou que, entre 2015 e 2021, foram notificados 202.948 casos contra crianças e adolescentes, sendo 35.196 notificações apenas em 2021, o que representa o maior nĂșmero do perĂodo analisado. No estado de São Paulo, 30% das vĂtimas de violĂȘncia sexual atendidas nos serviços especializados desenvolveram lesões por HPV.
De acordo com uma nota técnica do ministério, a oferta da vacina contra o HPV serĂĄ incluĂda de forma imediata ao protocolo de atendimento existente e realizada nos pontos de atenção à saĂșde do SUS que prestam assistĂȘncia às vĂtimas de violĂȘncia sexual. No contexto de saĂșde indĂgena, caso o serviço do primeiro atendimento não possua sala de vacina, as equipes dos Distritos SanitĂĄrios Especiais IndĂgenas (DSEI) deverão se organizar para ofertar o imunizante. Ainda segundo a pasta, a Lei nÂș 12.845/2013 assegura o atendimento obrigatório, integral, imediato e multidisciplinar a pessoas em situação de violĂȘncia sexual em todos os hospitais integrantes da rede SUS, visando ao controle e ao tratamento dos agravos fĂsicos e psĂquicos decorrentes.
O esquema vacinal contra o HPV varia de acordo com a faixa etĂĄria e condição de saĂșde do imunizado. Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, sem problemas de imunossupressão (imunocompetentes), e que foram vĂtimas de violĂȘncia sexual, devem tomar duas doses, no intervalo de seis meses, conforme calendĂĄrio nacional de vacinação de rotina.
Para pessoas de 15 a 45 anos de idade, de ambos os sexos biológicos, imunocompetentes e vĂtimas de violĂȘncia sexual, o esquema de vacinação é de trĂȘs doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose, e a terceira dose seis meses após a primeira dose.
O mesmo esquema anterior vale para pessoas de 9 a 45 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, que tenham doenças imunossupressoras (HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, em tratamento com drogas imunossupressoras), e foram vĂtimas de violĂȘncia sexual. Nesse caso, também são trĂȘs doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose e terceira dose seis meses da primeira dose.
Fonte: AgĂȘncia Brasil/ redação MS Web RĂĄdio e Midia Digital