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Vandalismo e depredação: Até quando?

Torcedores do Santos e Vasco da Gama protagonizaram cenas deprimentes na última semana

Por Roberto Julianelli em 25/06/2023 às 13:26:05


Por Roberto Julianelli*

Na última semana presenciamos, mais uma vez, atos de vandalismo e depredação do patrimônio de dois grandes clubes do futebol brasileiro, em jogos válidos pela 11a rodada do Campeonato Brasileiro.

No primeiro episódio, ocorrido na quarta-feira (21/06), torcedores do Santos, revoltados com a derrota para o Corinthians, na Vila Belmiro, atiraram foguetes e bombas no gramado, interrompendo a partida e obrigando o árbitro a encerrar o jogo antes do tempo normal.


No dia seguinte (22/0 6) foi a vez dos torcedores do Vasco repetirem os atos de barbárie, seguidos de tentativas de invasão da sede e quebradeira das dependências do clubes.

Cenas lamentáveis mais uma vez, porém que têm se repetido com muita frequência, sem que se vejam medidas duras e exemplares contra esses verdadeiros marginais, que não podem ser chamados e nem tratados como torcedores. São pessoas violentas, que se escondem na impunidade e na falta de ações do poder público que possam, de fato, coibir e eliminar esse tipo de procedimento que não cabe mais no cenário do nosso futebol. Aliás nunca coube, e se desde o início, medidas punitivas severas tivessem sido adotadas, a situação não teria chegado ao ponto que chegou.

uando vejo os clubes abrirem as portas para as chamadas "torcidas organizadas" entrarem em suas dependências para fazer cobranças diretas aos jogadores e comissões técnicas, concluo que chegamos a uma situação limite, onde se dá um poder exagerado a quem não deveria ter. O empregador é o clube e quem deve cobrar institucionalmente é a Diretoria que foi eleita e está ali para gerenciar o clube, em todos os aspectos.

O lugar do torcedor é na arquibancada; ali ele pode torcer, gritar, xingar, se expressar da forma que achar mais adequada, porém nunca atacar o jogador em sua individualidade, em sua vida particular e muto menos depredar as instalações do clube. Quando essas situações fogem do controle eu responsabilizo, em parte, também esses dirigentes que não querem se comprometer e não admitem que na maioria das vezes, o insucesso dos times é reflexo da péssima gestão que realizam. Então terceirizam, covardemente, colocando jogadores e comissões técnicas expostos a esses "torcedores" que se acham no direito de cobrar e se expressar de forma violenta para demonstrarem suas insatisfações.

O que estamos esperando? Que essa violência se transforme em tragédias maiores? Que haja mortes de torcedores, ou agressões a jogadores em seu local de trabalho? Onde podemos chegar é imprevisível. É preciso que as autoridades e os clubes se manifestem urgentemente sobre o assunto. Lamentavelmente pouco se fez ou falou sobre isso, o que nos leva a concluir que muito provavelmente nada objetivo será feito.

Perder o mando de campo ou fechar os portões para o time jogar sem a presença dos torcedores, são as medidas de praxe que já demonstraram ser ineficazes, pois não coibiram como esperado, e frequentemente o problema volta a se repetir. Identificar essas pessoas impedindo-as de frequentar os estádios poderia ser uma boa medida; a punição aos clubes com perda de pontos, rebaixamento, talvez fossem medidas mais rigorosas que fariam os verdadeiros torcedores pensarem um pouco mais antes de tomarem determinadas atitudes.


Estamos diante de um problema que é grave, cuja solução não é simples, mas alguma coisa precisa ser feita. Se ainda não chegamos nem na metade do campeonato e já estamos vendo essas cenas repugnantes, o que podemos esperar para o final da competição?

Vamos acordar senhores dirigentes e autoridades responsáveis...

*Narrador esportivo e professor universitário

Fonte: Redação MS WEB RADIO e Mídia MS Digital/ Roberto Julianelli

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