"As comunidades indígenas têm que ter o seu direito respeitado e, antes de tudo, requisitos mínimos de uma vida digna, como saneamento básico, alimentação, educação e possibilidade de prosperar economicamente, claro respeitando as titulações", ressaltou o deputado federal Marcos Pollon em sessão na Câmara, na noite de ontem.
A ministra dos povos indígenas Sônia Guajajara esteve, semana passada, em Mato Grosso do Sul. Na agenda, ela visitou o local invadido pelos indígenas, o Território "Laranjeira Nhanderu", que fica em Rio Brilhante, na sede da Fazenda Inho. Na tribuna ontem, o deputado sul-mato-grossense questionou: "Ela foi se preocupar com as crianças que têm necessidades especiais e estão abandonadas à frente do hospital da missão Caiuá? Não. Ela foi se preocupar com a subnutrição das crianças indígenas? De maneira nenhuma. Ela foi se ocupar da dificuldade financeira que as comunidades têm? Em hipótese alguma. Ela levantou a falta de saneamento básico dos povos originários do meu Estado? Em momento algum. E qual foi a pauta dela única? Demarcação. Invasões numa fazenda invadida foi dizer, segundo ela, da necessidade de ampliar essas invasões, ampliando o risco e a violência no campo". Pollon frisou que muitos proprietários rurais com terras invadidas pelo Estado têm a posse da mesma, criticando o posicionamento de uma ministra em meio à situações deploráveis nas comunidades indígenas. "Nós temos áreas no Mato Grosso do Sul com mais de um século de titulação, dada pelo Governo Federal. Pessoas que entraram nessa área de forma legítima durante a colonização e estão sendo expulsas de modo arbitrário. E uma ministra vai lá jogar gasolina no fogo, nem sequer se discute um projeto que já está nessa casa de indenização dessas pessoas que, legitimamente, adquiriram essas áreas. É preciso pautar, urgentemente, a viabilização, para que essas comunidades explorem o agronegócio nesses territórios, como acontece no estado do Mato Grosso. As comunidades indígenas têm que ter o seu direito respeitado e tem que ter, antes de tudo, requisitos mínimos de uma vida digna, como saneamento básico, alimentação, educação e possibilidade de prosperar economicamente, claro respeitando as titulações e, se for o caso, se reconhecer como indígena que se indenize".Fonte: Redação Midia MS Digital com assessoria de Catarine Sturza