Antonio Carlos Zago, dos campos de Dourados para se tornar um dos maiores do mundo

Aos 17 anos, Antônio Carlos iniciou sua carreira profissional no Ubiratan Esporte Clube, da cidade de Dourados, após se destacar em algumas equipes amadoras da cidade. Era um camisa 8 clássico que jogava de cabeça erguida com um futebol envolvente, apesar de ainda garoto mas com personalidade de um veterano.

Além de competente o universo conspirou a favor

Por iniciativa do ex-treinador do Ubiratan Sérgio Amilcar Pereira(Socco) e do ex-presidente Edilson Nogueira Perez(pai do Deputado Federal Rodolfo Nogueira),o clube douradense resolveu ganhar visibilidade nacional e resolveu fazer uma reportagem paga no jornal impresso "Gazeta Esportiva" na época um dos maiores do Brasil.

Foi acertado com a Gazeta Esportiva uma reportagem de duas páginas no referido jornal, sendo designado para fazer a matéria o repórter Fábio Fuggi, que foi para Dourados acompanhado do contato Sinval, este passou a gostar da cidade, construiu amizade com algumas pessoas e sempre retornava para visitar os amigos e a cidade.

Em uma dessas visitas em um almoço no Restaurante O Bistecão com o treinador ubiratanense Socco, este falou dos novos valores do Ubiratan, afirmando que o então volante Tonhão como era conhecido na época e o meia Jânio eram excelentes jogadores, mas o Antonio Carlos era excelente e podia jogar em qualquer time grande.

Sinval ouviu atentamente e disse que era vizinho de um dirigente do São Paulo e que os indicariam para o tricolor paulista. Retornando à capital paulista Sinval cumpriu o prometido e o dirigente mandou Pupo Gimenez, então treinador da base do São Paulo FC, para assistir uma partida do Ubiratan com os garotos em campo. Foi numa tarde de sábado em uma partida válida pelo campeonato sul-mato-grossense contra a Sociedade Esportiva Pontaporanense. O Ubiratan venceu por 4 a 2 e Antonio Carlos foi o melhor em campo e Jânio se saiu muito bem.

Após a partida o Pupo Gimenez procurou o dirigente Mário dos Santos Monteiro(Marinho Português), se identificou e disse que gostaria de levar os dois garotos para um período e teste no tricolor paulista, Jânio não permaneceu, mas Antonio Carlos foi contratado em definitivo, sendo uma das maiores vendas da história do Ubiratan, que recebeu uma quantia em dinheiro e mais os jogadores: Cicero, Zózimo, Correia e Andrade em definitivo e o meio campo Toninho Silva e o atacante Freitas por empréstimo. Chegando ao São Paulo em agosto de 1988, jogando algumas partidas no time de aspirantes e logo promovido ao time principal por ninguém menos que Telê Santana, quem o deslocou para a zaga, de onde nunca mais saiu, inclusive um dos maiores zagueiros da história. Passou a integrar o time principal e assumiu a titularidade. No ano seguinte, conquistou o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Paulista.

Em 1992, após a conquista da Copa Libertadores, o zagueiro não ficou satisfeito com a proposta de renovação de contrato oferecida pelo São Paulo.^[8] O clube, então, vendeu o atleta para o Albacete por 1,65 milhão de dólares no dia 28 de julho. Passados dois meses da transferência, no entanto, Antônio Carlos já pensava em voltar ao Brasil por não ter se adaptado ao futebol espanhol.

Em dezembro, foi apresentado pela Parmalat (ao lado do lateral Roberto Carlos) como novo jogador do Palmeiras, que buscava corrigir o setor defensivo. No clube alviverde, participou das campanhas dos bicampeonatos Paulista e Brasileiro nos anos de 1993 e 1994. Exercendo um importante papel de liderança, Antônio Carlos se tornou capitão do time com a saída de César Sampaio.

Em dezembro de 1995, sem conseguir realizar o sonho de levar o Palmeiras à conquista do Mundial, o zagueiro teve sua venda por três milhões de dólares ao Kashiwa Reysol anunciada. No Japão, atuou ao lado dos compatriotas Edílson (que também havia deixado o Palmeiras) e Careca. Em abril de 1997, Antônio foi contratado pelo Corinthians por 3,3 milhões de dólares. Fez sua estreia no mesmo mês, numa partida contra a Portuguesa válida pelo Campeonato Paulista (torneio conquistado pelo time alvinegro).

Numa transação de quatro milhões de dólares, Antônio Carlos se transferiu para a Roma em 1998. Utilizando o sobrenome Zago na camisa, viveu o ponto alto da carreira, ganhando o Scudetto na temporada 2000-2001 ao lado de nomes como Aldair, Batistuta, Cafu, Totti e Montella. Antônio Carlos conquistou também uma Supercopa da Itália. Permaneceu no clube até 2002. Depois de atuar por dois anos no Be?ikta?, o atleta retornou ao Brasil em 2004. Atendendo a uma solicitação de Vanderlei Luxemburgo, treinador com quem Antônio Carlos já havia trabalhado no Palmeiras e na Seleção Brasileira, o Santos contratou o zagueiro.

Em 2007, foi recontratado pelo Santos. O jogador planejava encerrar a carreira com a conquista da Libertadores e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos rumo à carreira de treinador com os ensinamentos do técnico Luxemburgo. Antônio Carlos atuou profissionalmente pela última vez no dia 2 de dezembro de 2007, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, na derrota do time do litoral paulista para o Fluminense por 4–2. Utilizando a camisa 10, foi aplaudido pela torcida ao ser substituído por Pedrinho.

Seleção Brasileira

O bom momento vivido no São Paulo levou Antônio Carlos a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira em 1991. Fez sua estreia num amistoso contra a Iugoslávia no dia 29 de outubro. Depois de jogar pela Copa América de 1993, Antônio disputou sua 11.ª partida pela Seleção no dia 14 de agosto do mesmo ano em jogo contra o Uruguai válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994

O zagueiro só voltou ser chamado em 1998, quando Vanderlei Luxemburgo assumiu o comando. Quando soube de seu retorno, Zago chegou a chorar de emoção. Antônio alcançou a condição de titular e disputou, até o ano 2000, jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, além de ter sido campeão da Copa América de 1999.

Em 2001, com Luiz Felipe Scolari, o defensor ganhou uma última oportunidade numa partida contra o Uruguai no dia 1.º de julho. Na Seleção disputou 37 partidas e marcado 3 gols.

Ao encerrar a carreira como jogador foi, por curto período, entre 2008 e 2009, diretor técnico do Corinthians, sendo um dos responsáveis na montagem do elenco que foi campeão da série B e pela contratação de Ronaldo Fenômeno para time corintiano.

Antonio Carlos, filho único do saudoso Carlos Zago(Carlitão) e Dona Odete Zago, que sempre tiveram muito orgulho do filho, não apenas pelo grande jogador, mas pela conduta exemplar como ser humano.

Zago é um cara de sucesso, campeão em todos os time que jogou e o único jogador que conseguiu ser campeão brasileiro nos quatro grandes de São Paulo: Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos.

Atualmente é o treinador do Bolivar, clube boliviano, onde é ídolo e muito querido pela torcida.