Annie Ernaux, escritora francesa de 82 anos, venceu o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito em Estocolmo, na Suécia, na manhã desta quinta-feira, 6. A Academia Sueca definiu a obra da autora como “corajosa e ambiciosa”, pois “vai além da ficção”. Feminista e uma das principais vozes contemporâneas, Annie fará uma passagem pelo Brasil em novembro para participar da Festa Literária Internacional de Paraty. A Academia do Nobel disse, durante o anúncio, que ainda não tinha conseguido entrar em contato com Annie Ernaux – tradicionalmente os vencedores ficam sabendo da vitória momentos antes do anúncio. E justificou o prêmio dizendo que a escolha foi pela “coragem e perspicácia clínica com que ela descobre as raízes, desavenças e restrições coletivas da memória pessoal”. Entre seus livros, publicados no Brasil pela Fósforo, estão “O Lugar”, “Os Anos” e “O Acontecimento”, que são sucesso de crítica e de público. Na Flip, ela lança “O Jovem”, romance em que narra seu envolvimento com um homem 30 anos mais novo do que ela. “Nos concentramos na literatura e não temos uma mensagem a dar ao mundo, mas se houver uma mensagem é que isso é literatura para todos”, disse o porta-voz. O critério principal, segundo ele, é a qualidade literária.
Annie Ernaux acaba de dirigir, com o filho, David Ernaux-Briot, um documentário, previsto para ser exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo, “Os Anos do Super 8”, título oficial em português, une filmagens de arquivo feitas pela família de Ernaux de 1972 a 1981. O filme estreou no Festival de Cannes, em maio. O escritor Salman Rushdie, que sofreu um ataque em agosto, nos Estados Unidos, era considerado como um dos favoritos ao Nobel de Literatura 2022. Outros nomes, já conhecidos dos leitores que acompanham a premiação, como o japonês Haruki Murakami e o queniano Ngugi Wa Thiong’o também apareciam como fortes candidatos. Entre outros nomes lembrados estavam a própria Annie Ernaux, além de Joyce Carol Oates, Maryse Condé, Margaret Atwood, Ludmila Ulitskaia, Michel Houellebecq, Anne Carson, Thomas Pynchon e Don DeLillo. Em 2021, Abdulrazak Gurnah, de origem tanzaniana, foi o vencedor. Em 2020, a premiada foi a poeta americana Louise Glück. Após o prêmio, os dois escritores tiveram livros publicados no Brasil pela Companhia das Letras. Dele, saiu “Sobrevidas”. Dela, “Poemas 2006-2014” e “Receitas de Inverno da Comunidade”. Desde a criação do prêmio, em 1901, apenas 16 mulheres haviam sido premiadas – a sueca Selma Lagerlöf foi a primeira, em 1909.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte: Jovem Pan